Quando o gongo soa as dez da manhã,
caminho para a escola junto à nossa viela.
Todo o dia
encontro o vendedor ambulante gritando, "Pulseiras de cristal,
pulseiras! "
Não há
nada que o apresse, nenhuma estrada que deva
tomar, nenhum lugar onde deva ir, nem hora para
a casa regressar.
Gostaria
de ser um vendedor ambulante, passando o meu dia na estrada,
gritando, "Pulseiras, pulseiras de cristal!"
gritando, "Pulseiras, pulseiras de cristal!"
Quando às
quatro da tarde, regresso da escola,
posso ver através do portão de uma casa um jardineiro cavando
o chão.
Faz o que
gosta com a sua pá, suja as suas roupas
com poeira, ninguém o impede de trabalhar se ficar tostado ao sol
ou molhado.
Gostaria
de ser um jardineiro cavando o jardim sem
ninguém para me impedir de cavar.
Á noite, assim que
escurece, e a minha mãe me manda para
a cama,
posso ver
através da minha janela o guarda-nocturno
para cima e para baixo a caminhar.
A viela é
escura e solitária, o candeeiro está de pé como
um gigante com um olho vermelho na
cabeça.
O
guarda-nocturno balouça a lanterna, caminha com a sombra
a seu lado, e nunca vai para a cama em
sua vida.
Gostaria
de ser um guarda-nocturno percorrendo toda a noite as ruas,
com a minha
lanterna perseguindo as sombras.
Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
The World's Poetry Archive, 2012.
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The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa
Vinuesa