Imagina, mãe, que deves ficar em casa e
que vou viajar
para terras estranhas.
Imagina que o meu barco está para largar totalmente equipado.
Agora pensa bem, mãe, antes de dizer o
que te deverei trazer
quando voltar.
Mãe, queres sacos e
sacos de ouro?
Aí, pelas margens dos rios dourados, os
campos estão cheios da
colheita de ouro.
E à sombra do caminho da floresta, a
flor de champa dourada
cai pelo chão.
Para ti guardarei todas elas em muitas
centenas de cestos.
Mãe, queres grandes pérolas como as
gotas de chuva do outono?
Vou atravessar para a costa da ilha das
pérolas.
Aí, ao amanhecer pérolas brilhantes
tremem nas flores do prado,
pérolas caem na erva e pérolas
espalham-se na areia
em esguichos pelas ondas do mar
selvagens.
O meu irmão terá um par de cavalos com
asas para voar entre
as nuvens.
Ao pai, darei uma caneta mágica
que, sem que ele saiba,
escreverá por si mesma.
A ti, mãe, darei o cofre e a
jóia que valem
sete reis ao seu reino.
Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa