"De onde vim, onde me foste
buscar?" perguntou o bébé à
sua mãe.
Ela
respondeu, meio chorando, meio rindo, e apertando o
bébé contra o peito.
"Estavas
escondido no meu coração como era seu desejo, meu querido.
Estavas
nas bonecas dos jogos da minha infância; e quando com
argila, todas as manhãs moldei a imagem
do meu deus, fiz-te
a partir do que restava.
Foste
consagrado à nossa divindade doméstica, e adorei-te
na sua adoração.
Viveste em
todas as minhas esperanças e amores, na minha vida, na
vida da minha mãe.
No colo do
Espírito imortal que governa o nosso lar, tens sido
amamentado ao longo de eras.
Quando na
infância, o meu coração abria as suas pétalas, pairavas
como uma fragrância sobre elas.
A tua
delicada suavidade floresceu em meus jovens braços como um
brilho no céu antes da aurora.
Foste o primeiro querido do céu, gémeo com a luz da manhã, navegaste
no fluxo da vida do mundo e, finalmente,
encalhaste em meu coração.
Quando
olho o teu rosto, o mistério domina-me; tu que a todos
pertences, tornaste-te meu.
Por medo
de te perder, aperto-te contra o meu peito. Que magia
captou o tesouro do mundo nestes meus
braços delgados?"
Rabindranath Tagore - 215 poems
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa
Classic Poetry Series - PoemHunter.Com
The World's Poetry Archive, 2012.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa